7 em cada 10 alunos de ensino médio usam inteligência artificial em pesquisas; alunos relatam falta de orientação sobre como usar

7 em cada 10 estudantes de ensino médio já recorrem a ferramentas de inteligência artificial generativa — como ChatGPT, Copilot e Gemini — para realizar pesquisas escolares.

Apesar da ampla adesão por parte dos alunos, apenas 32% recebeu orientação dos professores de como usar ferramentas generativas em atividades da escola.

As tecnologias de IA também estão sendo utilizadas por alunos de anos iniciais (15%) e de anos finais do ensino fundamental (39%).

Ao todo, 37% dos alunos de educação básica assumem utilizar IA generativa em pesquisas escolares, mas só 19% receberam algum tipo de orientação parte dos professores.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (16), fazem parte da 15ª edição da TIC Educação, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

A partir de informações do Censo Escolar da Educação Básica 2024 e de entrevistas presenciais em escolas públicas (municipais, estaduais e federais) e particulares, de áreas urbanas e rurais, ainda foi revelado que:

  • Canais ou aplicativos de vídeo, como YouTube e TikTok, ultrapassam sites de busca, como Google, Bing, e se tornam os principais recursos digitais utilizados por alunos de ensino médio em pesquisas para trabalhos escolares.
  • Entre os alunos de ensino fundamental, os mecanismos de busca ainda são os mais usados, mas as plataformas de vídeos vêm logo em seguida.

Conectividade nas escolas

 

A pesquisa revela ainda um crescimento no percentual de escolas com acesso à internet, que chegou a atingir 96% das instituições brasileiras de educação básica.

Dessas, 88% têm internet na sala de aula, 20 pontos percentuais a mais do que o registrado na edição 2020 da pesquisa.

Apesar disso, os alunos ainda estão sujeitos a desigualdades. Há desafios no acesso a recursos digitais, bem como disponibilidade de acesso à rede nos espaços escolares e de dispositivos digitais para os estudantes.

 

O problema atinge principalmente escolas municipais, de menor porte e/ou localizadas em áreas rurais.

 Formação continuada dos professores

A pesquisa mostra ainda que a maioria dos professores brasileiros têm interesse em aprender sobre o uso de tecnologias digitais nos processos de ensino e de aprendizagem. Cerca de 54% dos docentes afirmaram ter realizado alguma formação contínua com este objetivo nos 12 meses anteriores à pesquisa.

No entanto, o interesse caiu entre os professores de redes municipais, que tiveram 62% em formações da área em 2021, mas passaram a ter 43% em 2024.

Além disso:

  • 82% dos docentes fizeram cursos relacionados a plataformas, programas de computador ou aplicativos usados na criação de materiais didáticos.
  • 79% buscaram informações sobre como usar tecnologias digitais para adaptar as atividades aos ritmos de aprendizagem dos estudantes.
  • 69% participaram de formação sobre como orientar os alunos a respeito do uso seguro de tecnologias digitais.
  • 68% participaram de formação sobre educação midiática e uso crítico das mídias em sala de aula
  • 59% participaram de formação sobre o uso de IA em atividades educacionais.