Cerca de 26 mil crianças na Faixa de Gaza precisam de tratamento para desnutrição aguda, sendo 10 mil somente na Cidade de Gaza, disse Tess Ingram, porta-voz do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Ela também alertou na terça-feira (16) que a desnutrição infantil no território palestino está aumentando.
Especialistas em insegurança alimentar apoiados pela ONU confirmaram no final do mês passado que a Cidade de Gaza enfrenta a fome.
À medida que bombas continuam sendo lançadas na Cidade de Gaza, famílias com crianças famintas estão sendo “empurradas” para o sul, de um “inferno para outro”, afirmou Ingram.
A porta-voz descreveu o deslocamento forçado em massa de famílias como uma “ameaça mortal para os mais vulneráveis”.
Ela pontuou ainda que é desumano esperar que quase 500 mil crianças fujam “de um inferno para acabar em outro”.
Deslocamento na Faixa de Gaza
De acordo com o Ocha (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários), os parceiros da agência que monitoram a movimentação de pessoas em Gaza contabilizaram quase 70 mil deslocamentos em direção ao sul nos últimos dias, e cerca de 150 mil no último mês.
A Estrada Al Rashid, uma importante rota para os palestinos, estava “muito movimentada” quando Ingram esteve lá na segunda-feira (15), disse ela.
A porta-voz do Unicef afirmou que os palestinos estão sendo levados para “um mar de tendas improvisadas, desespero humano”, em regiões com serviços insuficientes para sustentar as centenas de milhares de pessoas que já vivem lá.
As forças israelenses lançaram panfletos pedindo para a população da Cidade de Gaza se deslocar para “zonas humanitárias” superlotadas no centro e sul do território.
Os militares afirmaram que a Cidade de Gaza se tornou “uma zona de combate perigosa” e que estão determinados a derrotar o Hamas lá.
Mas, ao mesmo tempo em que diz que o sul de Gaza é uma zona segura para a fuga de palestinos, Israel vem realizando ataques aéreos e bombardeios nessas áreas, causando mortes.