7 em cada 10 estudantes de ensino médio já recorrem a ferramentas de inteligência artificial generativa — como ChatGPT, Copilot e Gemini — para realizar pesquisas escolares.

Apesar da ampla adesão por parte dos alunos, apenas 32% recebeu orientação dos professores de como usar ferramentas generativas em atividades da escola.

As tecnologias de IA também estão sendo utilizadas por alunos de anos iniciais (15%) e de anos finais do ensino fundamental (39%).

Ao todo, 37% dos alunos de educação básica assumem utilizar IA generativa em pesquisas escolares, mas só 19% receberam algum tipo de orientação parte dos professores.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (16), fazem parte da 15ª edição da TIC Educação, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

A partir de informações do Censo Escolar da Educação Básica 2024 e de entrevistas presenciais em escolas públicas (municipais, estaduais e federais) e particulares, de áreas urbanas e rurais, ainda foi revelado que:

  • Canais ou aplicativos de vídeo, como YouTube e TikTok, ultrapassam sites de busca, como Google, Bing, e se tornam os principais recursos digitais utilizados por alunos de ensino médio em pesquisas para trabalhos escolares.
  • Entre os alunos de ensino fundamental, os mecanismos de busca ainda são os mais usados, mas as plataformas de vídeos vêm logo em seguida.

Conectividade nas escolas

 

A pesquisa revela ainda um crescimento no percentual de escolas com acesso à internet, que chegou a atingir 96% das instituições brasileiras de educação básica.

Dessas, 88% têm internet na sala de aula, 20 pontos percentuais a mais do que o registrado na edição 2020 da pesquisa.

Apesar disso, os alunos ainda estão sujeitos a desigualdades. Há desafios no acesso a recursos digitais, bem como disponibilidade de acesso à rede nos espaços escolares e de dispositivos digitais para os estudantes.

 

O problema atinge principalmente escolas municipais, de menor porte e/ou localizadas em áreas rurais.

 Formação continuada dos professores

A pesquisa mostra ainda que a maioria dos professores brasileiros têm interesse em aprender sobre o uso de tecnologias digitais nos processos de ensino e de aprendizagem. Cerca de 54% dos docentes afirmaram ter realizado alguma formação contínua com este objetivo nos 12 meses anteriores à pesquisa.

No entanto, o interesse caiu entre os professores de redes municipais, que tiveram 62% em formações da área em 2021, mas passaram a ter 43% em 2024.

Além disso:

  • 82% dos docentes fizeram cursos relacionados a plataformas, programas de computador ou aplicativos usados na criação de materiais didáticos.
  • 79% buscaram informações sobre como usar tecnologias digitais para adaptar as atividades aos ritmos de aprendizagem dos estudantes.
  • 69% participaram de formação sobre como orientar os alunos a respeito do uso seguro de tecnologias digitais.
  • 68% participaram de formação sobre educação midiática e uso crítico das mídias em sala de aula
  • 59% participaram de formação sobre o uso de IA em atividades educacionais.

Um vídeo gravado por alunos de uma escola pública em Castanhal, na região metropolitana de Belém, ganhou repercussão nas redes sociais ao expor a situação de abandono.

Nas imagens, os estudantes da Escola Estadual Cônego Leitão mostram problemas de infraestrutura que comprometem o funcionamento e a rotina escolar.

O vídeo mostra o forro cedendo prestes a desabar. Janelas improvisadas, algumas cobertas com papelão e outras fechadas com ripas de madeira.

Na unidade de ensino, salas de aula são usadas como depósitos, lotadas de cadeiras empilhadas e quebradas. Chuveiros sem água, cadeiras sem assento, portas se desfazendo, além de infiltrações espalhadas pelas paredes, são situações que fazem parte do cotidiano, segundo os alunos.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) disse que a escola está dentro do cronograma de obras para reforma e ampliação. Até esta quarta-feira (10), a reforma na escola ainda não tinha sido iniciada.

Para o professor de Geografia Jânio Souza, que atua na rede pública há oito anos, a falta de estrutura traz prejuízos diretos ao aprendizado dos alunos, inclusive em relação à sensação térmica em regiões com muito calor, como é o caso do Pará.

“Já trabalhei em escola que tinha em sala de aula apenas um ventilador. E por isso, ficava bastante calor, os alunos não se concentravam, eles queriam ficar toda hora tomando água, eles queriam ficar toda hora fora da sala porque estava muito quente”, afirmou.

 

O professor disse, também, que “há uma ebulição global, onde cidades brasileiras com sensação térmica de 50°, 55°, de muito calor”.

“Agora imagina temperaturas altas dentro de uma sala de aula? Por isso, é essencial que as salas sejam ventiladas, tenham ar condicionado, para que o aluno possa estar acomodado, estar tranquilo fisicamente para poder sua mente também estar tranquila”, avaliou.

 

Segundo o educador, a precariedade também impacta na frequência e na motivação dos estudantes.

Suponha que 100 alunos brasileiros tenham começado, em janeiro de 2021, uma graduação de quatro anos de duração. Em tese, eles deveriam ter se formado em dezembro de 2024, certo?

✖️Mas, pelo que indicam dados divulgados nesta terça-feira (9), a tendência é que, mesmo em 2027, três anos após a data esperada para a formatura, 51 desses estudantes NÃO tenham terminado o curso. Boa parte (25 deles) terá desistido ainda no 1º ano da faculdade.

Esses números foram comparados aos de nações que são referência em desenvolvimento humano, como Luxemburgo, Suíça e Noruega, na edição de 2025 do estudo “Education at a Glance”, produzido anualmente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Veja:

  • No Brasil, 25% dos alunos abandonam o bacharelado ainda no 1º ano. Na média da OCDE, o índice é de 13%, também considerado alto no relatório.
  • Entre os brasileiros, apenas 38% terminam a graduação dentro do prazo esperado (versus 43% na OCDE).
  • Três anos após a data em que, em tese, todos deveriam ter concluído o curso, 51% dos alunos no Brasil continuam sem o diploma. Na OCDE, a média é de 30%.

 

Essas baixas taxas de permanência e de conclusão explicam por que apenas 24% dos jovens adultos (25 a 34 anos) têm ensino superior completo no Brasil (versus 49% na OCDE).

“Altas taxas de evasão no primeiro ano podem indicar um descompasso entre as expectativas dos alunos e o conteúdo ou exigências do curso, possivelmente refletindo falta de orientação profissional ou de apoio aos calouros”, afirma a análise do “Education at a Glance”.

 

Por que tantos desistem?

 

Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), aponta três fatores principais que explicam a alta evasão no ensino superior brasileiro, não só no início dos cursos:

  • ⬇️Baixa qualidade da educação básica: “Poucos alunos saem com um bom nível de aprendizado, o que impacta a continuidade da graduação. Eles chegam com lacunas importantes nos conhecimentos [que deveriam ter sido aprendidos na escola]”, afirma o especialista.
  • 💰Fator financeiro: “Muitos têm dificuldade de se manter no ensino superior, seja pela questão de custo, já que boa parte está na rede privada, mas também por não haver remuneração no período de estudos”.
  • ⏳Falta de perspectiva: “Grande parte dos cursos é de qualidade média ou baixa e, por isso, não passa um efeito sinalizador de grandes retornos financeiros. Os alunos não ficam tão seguros de que, se concluírem a graduação em determinadas faculdades, terão grande compensação depois”, diz Faria.

Claudia Costin, especialista em políticas educacionais e ex-diretora global de educação do Banco Mundial, levanta outras três hipóteses:

  • ✏️Consequência da universalização tardia da educação básica: “Pessoas mais vulneráveis passaram a ter acesso à escola só nas últimas décadas — e é ótimo que isso tenha acontecido”, diz.

 

“Mas o Brasil foi um dos últimos países da América a alcançar esse objetivo. Temos agora alunos que são da primeira geração a fazer faculdade na família. É mais difícil engajar esses estudantes que não têm ainda uma referência [acadêmica] em casa.”

 

  • 👩‍🏫Dificuldade de escolher o curso: “Nos Estados Unidos e na Finlândia, a formação profissional acontece não na graduação, mas no mestrado. No Brasil, a escolha [da carreira] pode estar ocorrendo cedo demais, fazendo com que o aluno eventualmente não goste [da faculdade]”, explica Costin.
  • 📉Busca pela opção menos concorrida: “Há quem escolha o curso de licenciatura, por exemplo, não porque quer ser professor, mas porque é um vestibular menos competitivo. E aí, entra na graduação e não se identifica com o que encontra ali”, afirma a especialista.

 

➡️Nos cursos de STEM (sigla em inglês para Science, Technology, Engineering, and Mathematics — ou seja, Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a taxa de conclusão é ainda menor do que na área da Saúde, aponta o relatório: 38% contra 46%, respectivamente.

“Essa grande evasão na Engenharia, por exemplo, é muito influenciada pela questão da qualidade da educação básica — principalmente, por causa da lacuna em matemática que parte da população tem”, explica Faria, diretor-fundador do Iede.

 

Nos países da OCDE, mais da metade (58%) dos ingressantes em STEM termina a graduação — índice bem mais alto do que no Brasil, mas também preocupante, afirma o documento.

➡️No Brasil, 76% dos ingressantes das universidades tiraram um ano de intervalo após o fim do ensino médio. É um percentual bem acima da média do registrado pela OCDE, de 44%.

Veja outros dados:

✏️Diferenças entre homens e mulheres

 

  • Em todos os países, as mulheres que ingressam em cursos de bacharelado têm mais probabilidade do que os homens de concluir a graduação no tempo certo ou em até três anos após a data prevista para a formatura.
  • Por outro lado, elas são maioria na geração “Nem-Nem”. Em 2024, no Brasil, quase um quarto dos jovens (24%) de 18 a 24 anos no Brasil não trabalhava, nem estudava — taxa de 29% entre as mulheres e de 19% entre os homens.

 

“Temos o problema da gravidez na adolescência e do cuidado com irmãos mais novos. Como a cultura de escola em tempo integral ainda não é predominante no Brasil, alguém precisa ficar em casa para cuidar dos pequenos”, diz Costin. “Em geral, é a própria mãe ou a irmã mais velha.”

 

Na média da OCDE, a taxa geral de “Nem-Nem” é de 14%.

💰Alunos podem não perceber, mas salários estão ligados ao diploma

 

As desigualdades de renda entre trabalhadores com diferentes níveis de escolaridade são altas no Brasil:

  • Adultos de 25 a 64 anos com ensino superior completo ganham, em média, 148% a mais do que aqueles com ensino médio completo (na OCDE, o abismo é menor, de 54%).
  • Quem tem escolaridade abaixo do ensino médio recebe, em média, 75% do rendimento de quem completou a educação básica.
  • Em média, indivíduos com mestrado têm empregabilidade e rendimentos significativamente mais altos do que aqueles que só estudaram até o bacharelado. Só 1% dos brasileiros chega a esse nível da pós-graduação stricto sensu. Na OCDE, índice é de 16%.

 

Nem sempre esse incremento salarial trazido pelo diploma é algo imaginado pelo jovem que está na faculdade.

“Ele acha que vai ganhar mais se largar o curso e começar a trabalhar. É uma visão errada do que ocorre: quem tem curso superior ganha o triplo de quem não tem”, explica Costin.

 

💰 Gasto por aluno no Brasil continua baixo em comparação à média da OCDE

 

Do ensino fundamental ao superior, o gasto governamental por aluno é de 3.762 dólares a cada ano (cerca de R$ 20,4 mil) , cerca de um terço da média da OCDE.

Comparado a outras nações da América Latina, o valor é menor do que os registrados na Argentina, no Chile e na Costa Rica, mas maior do que no México e no Peru.

Por outro lado, quando expresso em percentual do PIB, o investimento brasileiro em educação (4,3%) supera a média da OCDE (3,6%).

➡️Observação: Os gastos com educação no Brasil representam uma parcela do PIB semelhante às da Suécia e da Nova Zelândia, considerados referência em desenvolvimento.

No entanto, o que realmente importa na comparação é o investimento que cada nação faz por aluno. Usar o PIB como critério significa considerar realidades econômicas e sociais totalmente diferentes:

  • O PIB do Brasil em 2022 foi de US$ 1,92 trilhão, enquanto na Suécia foi de US$ 591,2 bilhões e, na Nova Zelândia, de US$ 248,1 bilhões.
  • As populações destes países eram, no mesmo ano, de 215,3 milhões de pessoas no Brasil, 10,49 milhões na Suécia e 5,124 milhões na Nova Zelândia.

 

Ou seja, mesmo que o PIB do Brasil seja mais alto e que o percentual de investimento esteja próximo aos dos outros dois países, a população brasileira é muito maior, com número consideravelmente superior de alunos e de professores.

Diluindo o valor gasto pelo número de estudantes, fica nítido que os gastos com educação são proporcionalmente menores no Brasil.

Os professores dos quatro campi da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) decidiram aderir à Paralisação Nacional contra a Reforma Administrativa nesta quarta (10) e quinta-feira (11). Decisão foi tomada em Assembleia Geral do Sindicato dos Docentes – ADUFPB na última quinta-feira (4) e divulgada nesta segunda-feira (8), através das redes sociais.

Conforme observado, durante os dois dias de paralisação, também serão realizadas atividades de mobilização e debate nos campi da UFPB sobre o impacto da reforma administrativa para o servidor público.

O presidente da ADUFPB, professor Edson Franco, convocou todos os professores, através das redes sociais, a participarem da paralisação ativamente. “É fundamental que os/as docentes conversem com seus/suas colegas e compreendam a gravidade dessa reforma, que ameaça destruir o serviço público no Brasil”, disse.

Além da paralisação nos dias 10 e 11 de setembro, a ADUFPB informou que outras mobilizações serão realizadas durante o mês contra a proposta. Entidades sindicais estarão mobilizadas em Brasília para barrar o avanço da Reforma Administrativa.

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (3) um projeto de lei que cria o Sistema Nacional de Educação, projeto que vai instituir o “Identificador Nacional Único do Estudante”, uma espécie de prontuário do aluno que reunirá toda sua trajetória escolar. O projeto volta para nova análise do Senado.

O autor da proposta, deputado Rafael Brito (MDB-AL), afirma que o objetivo é manter um registro unificado com todas as informações sobre a vida escolar do estudante: dados de permanência, evasão escolar, grau de aprendizagem e possíveis transferências, por exemplo.

O registro unificado pretende dar mais subsídios para os educadores na atenção a este aluno. “Isso significa que, se ele mudar de estado, por exemplo, todo o seu histórico educacional irá junto, de forma automática e integrada. Esse prontuário permitirá acompanhar o desempenho, dificuldades e desafios de cada estudante”, disse.

O projeto cria a Infraestrutura Nacional de Dados da Educação, que fará o manejo dos dados educacionais. A união ficará responsável pela nova estrutura, através do Ministério da Educação.

A base de dados será de uso obrigatório por todas as bases de registros administrativos de ensino, tanto da União, quanto de estados, municípios e Distrito Federal.

Segundo o projeto, o identificador também poderá ser usado como fonte para indicadores nacionais e regionais de fluxo escolar, mobilidade estudantil, evasão e resultados.

A partir de outubro, mês em que é comemorado o Dia do Professor, os docentes brasileiros das redes pública e privada poderão solicitar a Carteira Nacional de Docente no Brasil (CNDB), afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana. A partir desse documento, eles terão descontos em eventos culturais, como teatros, shows e cinemas, além de abatimentos de 15% no valor da diária dos hotéis associados.

O Ministério da Educação (MEC) destacou a aprovação, em regime de urgência, do Projeto de Lei 41/2025 pela Câmara dos Deputados. A proposta aguarda apenas sanção presidencial, prevista para 15 de outubro.

O que é a Carteira Nacional de Docente no Brasil?

É um documento oficial de identificação destinado exclusivamente a professores das redes pública e privada, em todos os níveis da educação básica e superior. Ele terá validade em todo o país e faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, criado para valorizar a categoria.

Quais as vantagens de ter a carteira?

 

  • Entrada com desconto em eventos culturais, como cinema, teatro e shows.
  • Acesso a cartão de crédito pela Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil sem cobrança de anuidade.
  • Direito a 15% de desconto em diárias de hotéis, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional).

 

Outras vantagens serão anunciadas oficialmente em outubro, segundo o MEC.

Como solicitar a carteira?

  • O professor deve se cadastrar no site do programa Mais Professores para o Brasil.
  • O acesso é feito com login Gov.br (CPF e senha).
  • Durante o cadastro, será necessário informar vínculo de docência, município e estado de atuação.
  • As informações serão verificadas em bases oficiais, como Receita Federal e Censo Escolar.
  • O prazo de emissão dependerá da confirmação e disponibilidade desses dados.

Quem pode ter o documento?

 

Todos os professores da rede pública e privada, sejam federais, estaduais ou municipais, têm direito à carteira. Cabe aos estados e municípios manterem as informações atualizadas para garantir a emissão.

Uma escola para crianças e adolescentes baseada em inteligência artificial está em expansão nos Estados Unidos: ela substitui professores por programas digitais capazes (em tese) de detectar o nível de conhecimento de cada aluno e oferecer um ensino personalizado e acelerado.

Por isso, na Alpha School, não há divisão de séries a partir da idade dos estudantes. as disciplinas básicas, como matemática e inglês, ocupam apenas 2 horas por dia — o restante do tempo é preenchido por atividades de socialização e de “aprendizados para a vida”.

Estudar em uma das unidades já abertas (Texas, Flórida, Arizona e Califórnia) custa, no mínimo, 40 mil dólares por ano (cerca de R$ 217,3 mil; ou R$ 18 mil por mês). Segundo o próprio colégio, há previsão de abertura de novas filiais neste semestre, inclusive em Nova York.

Não há mesmo professores?

 

Não. O colégio diz que oferece “guias de aprendizagem”: profissionais cujo papel principal é incentivar os alunos. “Sua função é identificar as necessidades individuais [dos estudantes] e oferecer suporte emocional e motivacional durante o processo de aprendizado”, diz a Alpha School.

Os guias monitoram o progresso dos estudantes por meio de relatórios gerados pela IA e organizam oficinas e atividades que desenvolvem “habilidades para a vida”, como práticas de oratória e ensinamentos sobre finanças pessoais.

“Eles são selecionados por sua excelente formação acadêmica e experiência em áreas como tecnologia e startups, além de sua capacidade de se conectar e motivar os alunos”, afirma a instituição.

 

Não há nenhuma menção à obrigatoriedade de licenciatura ou de graduação em alguma disciplina específica.

Os pais de uma criança afirmam que, durante o batismo da filha no Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro, o padre recusou-se a pronunciar o nome dela: Yaminah. Nesta reportagem, entenda a origem etimológica e o significado da palavra.

“Ele chamou a minha sogra antes de começar o batismo e disse que ele não falaria o nome da nossa filha, porque não era um nome cristão (…) e estava ligado a um culto religioso”, conta a mãe, Marcelle Turan.

 

O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como preconceito por raça, cor ou religião. O padre negou a acusação e disse que pronunciou o nome de Yaminah na cerimônia.

Mas, afinal, qual é a origem da palavra? “Yaminah” vem do árabe e é derivada de “Yameen” (يمين), que significa “direita” ou “lado direito” — aquele usado em juramentos ou votos solenes. Tradicionalmente, na cultura do Oriente Médio, isso é um símbolo de bênção, boa sorte e força. O sufixo feminino -ah (ـة) transforma em Yamīnah = “aquela que é abençoada / afortunada”.

“Queríamos algo forte, com significado importante. Yaminah significa justiça, prosperidade, direção. É um nome muito bonito, não havia necessidade disso acontecer”, disse a mãe.

A União Africana, a organização que reúne todos os Estados africanos, aderiu nesta segunda-feira (18/8) a uma campanha para que se deixe de utilizar a projeção de Mercator nos mapas-múndi.

A campanha, chamada Correct The Map (“corrijam o mapa”, em inglês), busca evitar que governos, organizações, escolas e empresas representem o continente africano menor do que ele realmente é.

“Pode parecer que é só um mapa, mas, na verdade, não é”, disse à agência Reuters a vice-presidente da Comissão da União Africana, Selma Malika Haddadi.

 

A projeção de Mercator, inventada no século XVI pelo cartógrafo europeu Gerardus Mercator, mostra maiores os territórios mais próximos aos polos, como a América do Norte e a Europa, em relação àqueles situados perto da linha do Equador, como a África e a América do Sul.

 

Essa foi a solução que Mercator encontrou para um problema matemático: representar em uma superfície plana um planeta esférico.

A campanha Correct The Map promove a adoção de uma projeção conhecida como Equal Earth, que reflete com maior precisão o tamanho dos continentes.

Os mapas-múndi que seguem a projeção de Mercator são os usados por padrão em aplicativos como o Google Maps, e são possivelmente os que mais moldaram nossa imagem mental do planeta.

“Durante mais de 450 anos, baseamos nossa compreensão da África e do mundo em um mapa que é equivocado”, diz o site da Correct The Map.

O movimento defende que a distorção no tamanho dos continentes no mapa é uma questão de “poder e percepção”.

A diretora-executiva da Africa No Filter, uma das organizações por trás da campanha, qualificou a projeção de Mercator como “a maior campanha de desinformação”.

Faltando menos de 100 dias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, estudantes costumam intensificar a prática da redação e tentar prever qual será o tema da vez. Em 2024, por exemplo, os candidatos tiveram de escrever sobre “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.

Alguns tópicos têm maior probabilidade de serem cobrados, por estarem alinhados a debates sociais relevantes e ainda não terem sido usados em outras edições. Veja uma lista de possibilidades mais abaixo.

“Um olhar direcionado dá mais tranquilidade para o estudante e garante resultados mais efetivos”, diz Fernando Andrade, professor de redação do Estratégia Vestibulares.

Para a professora Magna Araújo, do Colégio 7 de Setembro – que integra a Inspira Rede de Educadores –, mais importante do que “acertar” o tema é usá-lo como ferramenta de treino.

“Claro que é válido trabalhar com essas hipóteses, mas o principal é utilizá-las para praticar a estrutura exigida pelo Enem, que tem um formato muito específico, e aprimorar a argumentação”, afirma.

“Quando o estudante entende como organizar a introdução, desenvolver os parágrafos com repertório bem aplicado e concluir com uma proposta de intervenção consistente, ele consegue se adaptar a qualquer assunto que aparecer no dia da prova”, afirma.

 

A seguir, veja nove temas sugeridos pelos professores para treinar a redação e aumentar as chances de um bom desempenho.

1. Desafios no acesso à moradia digna no contexto do direito constitucional à cidade

 

Em 2025, o déficit habitacional brasileiro foi estimado em 5,9 milhões de domicílios, segundo a Fundação João Pinheiro — 4,8% abaixo do Censo 2022. Apesar da redução, dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostram que a população em situação de rua cresceu 25% entre 2023 e 2024, passando de 260 mil para 327 mil pessoas.

O cenário reforça a necessidade de políticas públicas integradas para ampliar o acesso à moradia digna e reduzir desigualdades urbanas.

2. Pressões estéticas e impactos na saúde mental de adolescentes

 

Um estudo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas aponta que 23,5% dos adolescentes brasileiros apresentam sinais de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia. Entre meninas, o índice passa de 30%. Redes sociais e padrões de beleza irreais intensificam a pressão estética, com reflexos diretos na autoestima e na saúde mental.

3. Preservação de saberes e práticas tradicionais brasileiras

 

Segundo o IBGE, o Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e 1,3 milhão de quilombolas. Apenas 12,6% da população quilombola vive em territórios oficialmente reconhecidos. O candidato pode abordar a preservação de tradições, o fortalecimento de identidades e o papel de políticas culturais na inclusão social. É preciso considerar, no entanto, que ficaria bem próximo ao tema de 2024, sobre a herança africana.

4. Desafios ambientais da gestão de resíduos no Brasil

 

O país produz 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, mas recicla apenas 4% desse total, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Cerca de 40% do lixo coletado ainda vai para lixões ou aterros controlados, prejudicando o meio ambiente e a saúde pública.

5. Reintegração de egressos do sistema prisional

 

O Brasil tem mais de 900 mil pessoas privadas de liberdade, segundo o Ministério da Justiça. A reincidência criminal é de 37,6%, e quase metade dos casos ocorre nos três primeiros meses após a saída. O tema abre espaço para discutir políticas de capacitação profissional, educação e reinserção social.

6. Falta de ética no uso da inteligência artificial

 

A IA já influencia decisões que afetam diretamente a vida das pessoas. O debate pode girar em torno de como evitar que esses sistemas perpetuem preconceitos, garantam transparência e considerem impactos sociais e morais ao gerar informações.

7. Acessibilidade nas escolas brasileiras

 

Acessibilidade vai além de rampas: inclui recursos como máquinas de datilografia braile, softwares específicos, calculadoras sonoras, material didático adaptado, contratação de professores no contraturno escolar e intérpretes de Libras. A proposta pode discutir como tornar os colégios física e digitalmente acessíveis para todos.