O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está ficando sem opções para renunciar e deixar seu país com o salvo-conduto garantido pelos Estados Unidos, após uma breve ligação com o presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano recusou uma série de pedidos do líder venezuelano, de acordo com quatro fontes informadas sobre a ligação.
O telefonema, em 21 de novembro, ocorreu após meses de crescente pressão dos EUA sobre a Venezuela, incluindo ataques contra barcos que supostamente traficavam drogas no Caribe, repetidas ameaças de Trump de estender as operações militares para terra e a designação do Cartel de los Soles, um grupo que o governo Trump diz incluir Maduro, como uma organização terrorista estrangeira.
Maduro e o regime venezuelano sempre negaram todas as acusações criminais e dizem que os EUA estão buscando uma mudança de regime para assumir o controle dos vastos recursos naturais da Venezuela, incluindo o petróleo.
Maduro disse a Trump durante a ligação que estava disposto a deixar a Venezuela desde que ele e seus familiares tivessem anistia legal total, incluindo a remoção de todas as sanções dos EUA e o fim de um caso emblemático que ele enfrenta no Tribunal Penal Internacional, disseram três das fontes.
Maduro também solicitou a remoção das sanções a mais de 100 autoridades do governo venezuelano, muitas delas acusadas pelos EUA de abusos de direitos humanos, tráfico de drogas ou corrupção, de acordo com as três pessoas.
Maduro pediu que a vice-presidente Delcy Rodríguez administrasse um governo interino antes de novas eleições, de acordo com duas das fontes.
Trump rejeitou a maioria dos pedidos na ligação, que durou menos de 15 minutos, mas disse a Maduro que ele tinha uma semana para deixar a Venezuela para o destino de sua escolha junto com seus familiares.
Essa passagem segura expirou na sexta-feira, o que levou Trump a declarar no sábado que o espaço aéreo da Venezuela estava fechado, disseram duas das fontes.
O Miami Herald relatou anteriormente vários detalhes da ligação. O prazo de sexta-feira não havia sido divulgado anteriormente.
Trump confirmou no domingo que havia conversado com Maduro, sem fornecer detalhes. A Casa Branca também não quis detalhar o telefonema, e o Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
O governo Trump disse que não reconhece Maduro, no poder desde 2013, como o presidente legítimo da Venezuela. Ele reivindicou a vitória da reeleição no ano passado em uma votação nacional que os EUA e outros governos ocidentais consideraram uma farsa e que observadores independentes disseram que a oposição venceu de forma esmagadora.
Falando a manifestantes, Maduro jurou nesta segunda-feira “lealdade absoluta” ao povo venezuelano.
Não está claro se Maduro ainda pode fazer uma nova proposta envolvendo uma passagem segura. Trump conversou nesta segunda-feira com os principais assessores para discutir a campanha de pressão sobre a Venezuela, entre outros tópicos, disse uma autoridade sênior dos EUA.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu ao presidente israelense que lhe conceda um perdão durante seu longo julgamento por corrupção, que tem dividido profundamente o país.
Em um comunicado neste domingo (30), o gabinete do primeiro-ministro afirmou que Netanyahu apresentou um pedido de perdão ao departamento jurídico do Gabinete da Presidência. A assessoria do presidente classificou o pedido como “extraordinário”, dizendo que ele traz “implicações significativas”.
Netanyahu é o único primeiro-ministro em exercício na história de Israel a ir a julgamento, após ser acusado de fraude, quebra de confiança e recebimento de propina em três processos distintos, nos quais teria trocado favores com apoiadores políticos ricos. Ele ainda não foi condenado em nenhum dos casos.
O pedido surge semanas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter incentivado Israel a conceder perdão a Netanyahu.
Em uma declaração gravada em vídeo, Netanyahu afirmou que o julgamento dividiu o país e que um perdão ajudaria a restaurar a unidade nacional. Ele também disse que a exigência de comparecer ao tribunal três vezes por semana o distrai e dificulta sua capacidade de governar o país.
O pedido de Netanyahu inclui dois documentos — uma carta detalhada assinada por seu advogado e outra carta assinada por ele próprio. Ambos serão enviados ao Ministério da Justiça para análise e, em seguida, encaminhados ao assessor jurídico da Presidência, que formulará pareceres adicionais para o presidente.
Chuvas torrenciais provocaram enchentes e deslizamentos em partes do sul da Ásia, deixando cerca de 600 mortos.
A temporada de monções, agravada por tempestades tropicais, causou algumas das piores enchentes em anos, afetando milhões de pessoas na Indonésia, Malásia, Tailândia e Sri Lanka.
A chuva intensa começou na quarta-feira (26/11) na ilha indonésia de Sumatra. “Durante a enchente, tudo sumiu”, disse um morador de Bireuen, na província de Aceh, à agência Reuters. “Eu queria salvar minhas roupas, mas minha casa desabou.”
Com centenas de desaparecidos, o número de mortos deve aumentar. Milhares continuam isolados, alguns aguardando resgate nos telhados.
Até sábado, mais de 300 pessoas haviam morrido na Indonésia e 160 na Tailândia. A Malásia também registrou mortes.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/I/6/zjJK8MQgS17nvSg6InbQ/ee9ea420-cd2a-11f0-9f8a-0321935e874a.jpg)
Dezenas de milhares de pessoas buscaram abrigo em centros temporários na Tailândia. No Sri Lanka, atingido por um ciclone, mais de 130 pessoas morreram e cerca de 170 estão desaparecidas, segundo autoridades.
O ciclone tropical, excepcionalmente raro e batizado de Ciclone Senyar, provocou deslizamentos catastróficos e enchentes no Sri Lanka e na Indonésia, arrastando casas e submergindo milhares de construções.
A agência de gestão de desastres da Indonésia informou neste sábado (29/11) que quase 300 pessoas continuam desaparecidas após as enchentes devastarem Sumatra.
“A correnteza era muito forte, em questão de segundos chegou às ruas, entrou nas casas”, disse à BBC a moradora de Aceh, Arini Amalia.
Ela e a avó correram para a casa de um parente em terreno mais alto. Ao voltar no dia seguinte para tentar recuperar alguns pertences, encontrou a casa totalmente submersa: “Já afundou.”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/X/x/Nv5E4QQWWqxBIMzPwpuQ/b9daa970-cd23-11f0-8283-5d59e9f176b9.jpg)
As operações de busca e salvamento seguem em curso na Indonésia, Tailândia, Malásia e Sri Lanka, com centenas de pessoas ainda desaparecidas
Em Sumatra Ocidental, após a água subir rapidamente e inundar sua casa, Meri Osman disse ter sido “arrastado pela correnteza” e que se agarrou a um varal até ser resgatado.
O mau tempo tem dificultado as buscas, e embora dezenas de milhares de pessoas tenham sido evacuadas, centenas continuam isoladas, informou a agência.
Na província de Songkhla, no sul da Tailândia, a água chegou a 3 metros de altura e ao menos 145 pessoas morreram em uma das piores enchentes em uma década.
Segundo o governo, mais de 160 pessoas morreram nos dez estados atingidos. Mais de 3,8 milhões de moradores foram afetados.
A cidade de Hat Yai registrou 335 mm de chuva em um único dia, o volume mais alto em 300 anos. Conforme a água começou a baixar, o número de mortos subiu rapidamente.
Em um hospital da cidade, funcionários tiveram de transferir corpos para caminhões refrigerados depois que o necrotério lotou, informou a agência AFP.
“Ficamos presos na água por sete dias e nenhum órgão apareceu para ajudar”, disse a moradora Thanita Khiawhom à BBC Thai, serviço tailandês da BBC.
O governo promete medidas de auxílio, incluindo compensação de até dois milhões de baht (US$ 62 mil) para famílias que perderam parentes.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/f/1/GXnp72Tc2AZSNRkAXncw/b656f890-cd31-11f0-9f8a-0321935e874a.jpg)
O governo do Sri Lanka declarou estado de emergência e pediu ajuda internacional
Na vizinha Malásia, o número de mortos é bem menor, mas os estragos são tão graves quanto.
Enchentes causaram estragos e deixaram partes do estado de Perlis, no norte do país, submersas. Duas pessoas morreram e dezenas de milhares foram obrigadas a buscar abrigo.
O Sri Lanka também enfrenta um de seus piores desastres climáticos dos últimos anos, e o governo decretou estado de emergência.
Mais de 15 mil casas foram destruídas e cerca de 78 mil pessoas tiveram de deixar suas residências, disseram autoridades. Elas afirmaram ainda que cerca de um terço do país está sem eletricidade ou água encanada.
Meteorologistas dizem que o clima extremo no Sudeste Asiático pode ter sido causado pela interação entre o tufão Koto, nas Filipinas, e a formação atípica do Ciclone Senyar no Estreito de Malaca.
A temporada anual de monções, geralmente entre junho e setembro, costuma trazer chuvas fortes.
Mas as mudanças climáticas vêm alterando os padrões dessas tempestades, inclusive na intensidade e duração, resultando em precipitações mais volumosas, enchentes repentinas e ventos mais fortes.
O governo do Japão anunciou no domingo que mobilizará mísseis em uma ilha próxima a Taiwan, o que gerou um repúdio da China nesta segunda-feira (24) e aprofundou ainda mais a crise diplomática entre os dois países.
O ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, afirmou que o país está “avançando de forma constante nos preparativos” para implantar uma unidade de mísseis guiados superfície-ar de médio alcance na Base de Yonaguni, uma ilha que fica a cerca de 110 km ao leste de Taiwan. O anúncio ocorreu poucos dias depois do Japão ter acionado caças de guerra após a China ter voado um drone entre Taiwan e Yonaguni.
Em resposta, a China afirmou que o plano do Japão de instalar mísseis na ilha configura uma tentativa deliberada de “criar tensão regional e provocar um confronto militar”.
“O envio de armas ofensivas pelo Japão para as Ilhas do Sudoeste, próximas à região chinesa de Taiwan, é uma ação deliberada que alimenta tensões regionais e provoca confrontação militar. Dadas as declarações equivocadas da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan, essa medida é extremamente perigosa e deve acender o alerta máximo entre os países vizinhos do Japão e a comunidade internacional”, afirmou a porta-voz Mao Ning, do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Japão e China entraram em sua pior crise diplomática em anos, iniciada quando a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou, no início deste mês, que um ataque hipotético da China contra Taiwan representaria uma “situação que ameaça a sobrevivência”, por isso, poderia desencadear uma resposta militar de Tóquio.
A China reivindica Taiwan —uma ilha separatista com governo democrático próprio— como parte de seu território e não descarta o uso da força para tomar o controle do território. Taiwan rejeita as reivindicações de Pequim e afirma que apenas seu povo pode decidir o futuro da ilha.
O governo chinês já exigiu que a Takaichi retirasse sua fala sobre Taiwan, porém isso não aconteceu. O Japão tentou uma reaproximação com Pequim para esfriar as tensões, porém as ações tomadas pelo governo da nova premiê têm ido na direção oposta.
“Provocadores de direita no Japão estão levando o Japão e a região ao desastre”, disse Mao Ning. Segundo ela, a China “está determinada e é capaz de salvaguardar sua soberania territorial nacional”.
Entenda, abaixo, a cronologia da escalada de tensões entre China e Japão:
O duelo nuclear entre Vladimir Putin e Donald Trump atingiu um novo nível nesta quarta-feira (5), com os Estados Unidos promovendo o lançamento de um míssil estratégico e o russo ordenando preparativos para a realização de um eventual teste com detonação de ogiva atômica.
Na semana passada, Trump havia reagido ao teste de dois novos modelos de armas anunciadas por Putin, o míssil de cruzeiro Burevestnik e o “torpedo do Juízo Final” Poseidon, ambos capazes de carregar ogivas nucleares e alimentados por reatores nucleares que lhes dão autonomia ilimitada na prática.
O objetivo principal do russo é asseverar o papel da Rússia de potência nuclear, nominalmente a maior do mundo e em paridade de capacidades com os EUA, e dizer que tem meios para driblar o escudo antimíssil dos sonhos de Trump, o Domo Dourado.
Com isso, pretende lugar privilegiado nas negociações sobre a Ucrânia, que foram reabertas por pressão de Trump, mas travaram.
Trump havia dito que retomaria testes com armas nucleares americanas em resposta ao que via como escalada da Rússia e da China, dona de um crescente arsenal atômico. Depois, se recusou a dizer se isso envolveria ou não a explosão de uma ogiva no subterrâneo, algo que os americanos não fazem desde 1992 e os russos, desde 1990.
Nesta quarta, o Comando de Ataque Global da Força Aérea dos Estados Unidos confirmou o lançamento de um míssil com capacidade nuclear Minuteman-3 desarmado. A ação foi notificada antes à Rússia, como é a praxe de lado a lado para evitar mal-entendidos.
O disparo foi realizado da base aérea de Vandenberg, na Califórnia no fim da madrugada desta quarta-feira (5, início da manhã no Brasil). Ele havia sido anunciado para a noite de quarta para quinta (6) na véspera, mas a unidade militar confirmou sua execução sem intercorrências sem explicar a mudança.
O teste, diz a Força Aérea corroborada por referências na área como a Federação dos Cientistas Americanos (FAS), está dentro da programação anual de ensaios para verificar a operacionalidade e precisão dos armamentos.
Já houve dois lançamentos neste ano, um em fevereiro e outro em maio, num total de mais de 300 na história do míssil. Isso não quer dizer que a política não tenha voz: Joe Biden adiou testes do tipo em 2022 para não sinalizar uma ameaça nuclear à Rússia durante o início da invasão da Ucrânia, por exemplo.
Poucas horas depois, Putin promoveu uma reunião com seu Conselho de Segurança, onde ouviu o ministro da Defesa, Andrei Belousov, afirmar que tudo indica que os americanos irão conduzir um teste nuclear subterrâneo.
De forma coreografada, o presidente então instruiu órgão governo a coletar informações e “fazer proposta no possível começo de trabalho de preparação de testes de armas nucleares”.
Putin conseguiu colocar o americano na defensiva, dizendo que irá reagir ao que ele fizer, deixando a conta da insegurança nuclear global em sua conta. Até aqui, os testes com as armas, assim como o do Minuteman, não envolvem ogivas ativas.
O temor de especialistas é uma nova corrida nuclear a quente, com detonações de outras potências. Reino Unido fez detonação em 1991, França e China, em 1996, todos antes de aderir a um tratado banindo a prática que nunca entrou em vigor pois não foi ratificado pelos países atômicos.
O Paquistão e a Índia ainda fizeram testes em 1998 e a Coreia do Norte, seis explosões de 2006 a 2017. Ensaios na atmosfera, sob a água e no espaço são vetados por um tratado vigente desde 1963, assinado por Moscou, Washington, Londres e Tel Aviv.
No caso americano, analistas torciam para que Trump aproveitasse um teste já programado do Minuteman ou do outro míssil do arsenal americano, o Trident-2 lançado por submarinos, para dizer que cumpriu sua ameaça. Como o modelo naval foi lançado em setembro, o próximo na fila é o da Força Aérea.
No domingo (2), o secretário de Energia americano, Chris Wright, disse à Fox News acreditar que Trump falava de “explosões não nucleares”, ou seja, testes nos quais todos os componentes para detonar uma ogiva são testados, mas não há a reação em cadeia final.
O departamento de Wright é quem conduz testes e produz armamentos nucleares, cabendo à Força Aérea testes de mísseis e bombas que carregam essas ogivas. A Casa Branca não comentou a afirmação do secretário, mantendo o suspense.
Em seu primeiro mandato, Trump também fez anúncios obscuros prometendo novidades no campo nuclear. Na prática, contudo, fez duas coisas principais: retirou os EUA de 2 dos 3 principais acordos de contenção de risco de uma guerra atômica e mudou a doutrina de emprego desses armamentos, na prática baixando a barra para usá-los.
O último acordo sobre essas ogivas, que está congelado pela Rússia em protesto pelas sanções devido à invasão do vizinho, vence em fevereiro. Putin propôs a Trump estender o tratado por mais um ano, o americano aprovou a ideia, mas nada aconteceu.
Como a Folha de S.Paulo havia adiantado a partir de alertas de navegação americanos, o Minuteman lançado percorreu os cerca de 6.700 km que separam o local do campo de provas Ronald Reagan, junto às ilhas americanas Marshall, no oceano Pacífico.
O modelo é o esteio da força lançada de silos terrestres dos EUA, com 400 unidades operacionais. Cada uma pode levar até três ogivas independentes, mas por força dos limites do Novo Start os EUA os equipam apenas com uma. A chamada tríade nuclear do país é completada pelos Trident-2 de submarinos e por bombas e mísseis de cruzeiro lançados de bombardeiros e caças.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira (16) que o impulso no processo de paz no Oriente Médio pode ajudar a encerrar a guerra no leste europeu.
Em uma postagem no X, Zelensky disse que estava claro que a Rússia estava interessada em retomar o diálogo “ao ouvir sobre os Tomahawks”, referindo-se à sugestão do presidente dos EUA de que ele poderia fornecer esses mísseis à Kiev.
“Amanhã, está marcada uma reunião com o presidente Trump – e esperamos que o impulso de conter o terror e a guerra que teve sucesso no Oriente Médio ajude a pôr fim à guerra da Rússia contra a Ucrânia”, publicou Zelensky no X.
Zelensky também disse que Moscou está “correndo para retomar o diálogo” em meio a discussões sobre o potencial fornecimento de mísseis Tomahawk americanos para a Ucrânia.
“A linguagem da força e da justiça inevitavelmente também funcionará contra a Rússia. Já podemos ver que Moscou está correndo para retomar o diálogo assim que souber dos Tomahawks“, disse o líder ucraniano.
O líder ucraniano chegou a Washington nesta quinta-feira (16) para se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, na sexta-feira (17).
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.
Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra.
Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.
A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo.
O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones.
Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.
Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares.
Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.
Israel desacelerou a ofensiva na Faixa de Gaza neste sábado (4), depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que o país parasse os bombardeios em resposta a uma declaração do grupo palestino Hamas de que estava pronto para libertar reféns, seguindo seu plano para encerrar a guerra que já dura dois anos.
Apesar de um início de dia relativamente mais tranquilo em comparação com as últimas semanas, pelo menos 21 pessoas foram mortas em bombardeios e ataques aéreos no devastado território palestino desde que Trump exigiu que Israel interrompesse os ataques na noite de sexta-feira (3).
Ao menos 11 pessoas morreram em incidentes esporádicos, enquanto outras dez, incluindo crianças, foram mortas e várias outras ficaram feridas em um ataque israelense a uma casa no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza, informaram médicos. A ofensiva danificou diversos outros edifícios próximos.
Mais cedo, o Ministério da Saúde de Gaza disse em uma atualização matinal que o fogo israelense matou pelo menos 66 palestinos no território nas últimas 24 horas.
Neste sábado (4), Trump declarou que aprecia o fato de Israel ter “interrompido temporariamente os bombardeios” e instou o Hamas a agir rapidamente em seu plano, “ou então todas as apostas serão canceladas”.
“Não tolerarei atrasos, que muitos acreditam que acontecerão, ou qualquer resultado em que Gaza represente uma ameaça novamente. Vamos fazer isso, RÁPIDO. Todos serão tratados de forma justa!”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.
O Hamas recebeu uma resposta positiva de Trump na sexta-feira (3), ao afirmar que aceitava certos pontos-chave de sua proposta de paz de 20 pontos, incluindo o fim da guerra, a retirada de Israel e a libertação de reféns israelenses e palestinos.
Em Washington, um funcionário da Casa Branca afirmou neste sábado que o presidente americano mandou seus enviados Steve Witkoff e Jared Kushner ao Egito para finalizar os detalhes técnicos da libertação dos reféns e discutir um acordo de paz duradouro.
O canal de televisão estatal egípcio Al Qahera News informou que delegações palestinas e israelenses também estariam presentes para “conversas indiretas” sobre o plano de Trump.
A resposta do Hamas ao plano atraiu um coro de declarações otimistas de líderes mundiais, que pediram o fim do conflito mais mortal envolvendo Israel desde sua criação em 1948 e pediram a libertação dos israelenses ainda detidos no enclave.
Outro possível impulso às esperanças de paz veio com uma declaração de apoio do grupo Jihad Islâmica Palestina, apoiado pelo Irã, que é menor que o Hamas, mas visto como mais linha-dura.
O grupo, que também mantém reféns, endossou no sábado a resposta do Hamas — uma medida que pode ajudar a abrir caminho para a libertação de israelenses ainda detidos por ambas as partes.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou nesta quinta-feira (2) que a interceptação por Israel de navios de ajuda humanitária com destino a Faixa de Gaza amplia o bloqueio ilegal ao território.
“Como potência ocupante, Israel deve garantir alimentos e suprimentos médicos para a população, utilizando todos os meios disponíveis, ou concordar e facilitar programas imparciais de ajuda humanitária, entregues rapidamente e sem impedimentos”, disse o porta-voz Thameen Al-Kheetan à agência de notícias Reuters.
Al-Kheetan também pediu a Israel que respeite os direitos dos detidos, incluindo o direito de contestar a legalidade de sua detenção.
Na última quarta-feira (1°), dezenas de embarcações foram interceptadas por militares da Marinha israelense.
Os navios navegavam como parte de uma flotilha de ajuda humanitária em direção a Gaza abrigando dezenas de passageiros, incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg.
A GSF (Flotilha Global Sumud) tentava romper o bloqueio israelense de 18 anos a Gaza e levar ajuda ao território devastado pela guerra usando navios que partiam de portos do outro lado do Mediterrâneo.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que um último navio permanecia no local até a tarde desta quinta-feira (2).
“Um último navio desta provocação permanece à distância. Se se aproximar, sua tentativa de entrar em uma zona de combate ativa e romper o bloqueio também será impedida”, publicou o Ministério das Relações Exteriores no X.
Os organizadores da flotilha classificaram a interceptação dos navios por Israel como “um ataque ilegal” a agentes humanitários, enquanto Israel afirmou que os ativistas “não estavam interessados em ajuda, mas em provocação”.
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse que é preciso “consertar” o Brasil para que o país deixe de prejudicar os EUA. De acordo com Lutnick, o Brasil está entre vários países que têm “um problema” que precisa ser corrigido para que passe a “reagir corretamente” aos Estados Unidos.
A declaração foi dada em entrevista ao NewsNation, divulgada no sábado (27), ao falar sobre os desafios comerciais atuais.
Com exceção do Brasil, que já estava sendo tarifado em 50% pelos Estados Unidos desde agosto, os países citados pelo secretário fazem parte de um grupo que será afetado pela nova rodada do tarifaço aplicada por Trump.
A partir de 1º de outubro, passam a valer tarifas entre 25% e 100% sobre medicamentos, caminhões pesados, móveis e itens para cozinha e banheiro. Entre os principais afetados, estão Irlanda, Suíça, Austrália, Coreia do Sul, Reino Unido, Índia, México, Alemanha, China e Japão.
Segundo Trump, a medida busca proteger a indústria local diante da quantidade de produtos importados no país e garantir a “segurança nacional”.
Já Lutnick ressaltou na entrevista que parte do problema com os países é o déficit comercial com os EUA, e usou como exemplo o caso da Suíça.
“Um país pequeno como a Suíça tem um déficit comercial de US$ 40 bilhões com os EUA. Porque dizem: ‘Bem, é um pequeno país rico’. Sabe por que eles são um pequeno país rico? Porque nos vendem US$ 40 bilhões a mais em produtos”, declarou.
Segundo o secretário, os países precisarão lidar com as tarifas aplicadas pelo presidente Donald Trump caso queiram manter as relações comerciais. “Estes países precisam entender que se eles querem vender para os consumidores americanos, é preciso ‘jogar bola’ com o presidente dos Estados Unidos.”
Mais uma cidade virou alvo de intervenção federal do governo de Donald Trump. O alvo desta vez é Portland, capital de Oregon, onde moradores tem protestado contra as detenções de imigrantes em situação irregular.
Trump anunciou neste sábado (24) que instruiu o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, a enviar tropas à cidade, que, segundo ele, está “devastada pela guerra”, em referência aos atos contra agentes de imigração. O presidente norte-americano recomendou uso de “força total”, caso seja necessário.
“A pedido da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, estou instruindo o secretário de Guerra, Pete Hegseth, a fornecer todas as tropas necessárias para proteger Portland, devastada pela guerra, e qualquer uma de nossas instalações do ICE sitiadas contra ataques da Antifa e outros terroristas domésticos”, disse Trump em uma publicação em sua plataforma Truth Social.
Trump disse que a decisão é necessária para proteger as instalações do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês), o órgão que tem detido imigrantes em situação irregular por todo o país.
Desde meados deste ano, o presidente norte-americano tem enviado tropas nacionais a cidades como Los Angeles, Memphis e até a capital Washington, alegando estar restaurando a segurança — todas as cidades, incluindo Portland, são governadas por democratas, partido opositor ao republicano Trump.
Em Portland, delegacias e prédios administrativos do ICE têm sido alvo de manifestações frequentes, algumas delas com confrontos que terminaram com policiais feridos. O governo Trump acusou manifestantes de agressão.
No início de setembro, em um ato, manifestantes ergueram uma réplica de guilhotina, o que o Departamento de Segurança Interna dos EUA descreveu como “comportamento descontrolado”. Na ocasião, o presidente dos EUA afirmou que morar em Portland atualmente é “viver no inferno” e disse que estava considerando enviar tropas federais.
“Vamos sair e fazer um grande ato contra essas pessoas em Portland”, disse Trump na quinta-feira (25) na Casa Branca, antes do anúncio da intervenção.
Já o prefeito da cidade, o democrata Keith Wilson, criticou o anúncio de Trump deste sábado. “Como outros prefeitos em todo o país, não pedi – e não preciso – de intervenção federal”, afirmou.
Ainda não havia informações sobre quando os agentes serão enviados a Portland até a última atualização desta reportagem.
Além das cidades onde já houve intervenção federal, Trump ameaçou enviar tropas para Chicago, Nova York, São Francisco e Baltimore, todas também governadas por democratas.