A investigação da Polícia Federal apontou que operação financeira de R$ 12,2 bilhões entre BRB e Master tentava “abafar fiscalização” do Banco Central (BC). Ação levou à prisão Daniel Vorcaro, dono do Master, e outros dirigentes do banco, além do afastamento do presidente do BRB.
De acordo com o Ministério Público Federal, o Master adquiriu carteiras de crédito de uma empresa dirigida por um ex-funcionário sem a realização de pagamento e revendeu os ativos ao BRB, recebendo o pagamento de R$ 12,2 bilhões.
A investigação aponta que, entre julho de 2024 e outubro de 2025, BRB e Master realizaram operações, mesmo com ressalvas do BC, que somaram R$ 16,7 bilhões.
Como justificativa ao BC, o Master informou em março de 2025 que a carteira de crédito tinha como origem duas associações de servidores do estado da Bahia, porém a auditoria da entidade constatou que “as cessões de crédito passaram a envolver CPFs de diversas localidades do país” e que as movimentações financeiras eram incompatíveis com as organizações envolvidas na transação.
O BRB apresentou ao Banco Central uma nova amostra com informações de 100 contratos de créditos adquiridos do Master. Ao analisar os documentos, O BC reforçou que havia “indícios de insubsistência, que sinalizam a existência de possível engenharia contável e financeira para viabilizar a captação de recursos”.
Após o questionamento do BC, a titularidade dessas operações passou a ser atribuída à Tirreno, consultoria criada no final de 2024 por uma pessoa que registrou outras firmas semelhantes. A Tirreno passou a ter como diretor um ex-funcionário do Master.
O MPF também destacou que o contrato entre Master e Tirreno nem foi autenticado em cartório. Outros documentos só foram registrados meses depois.




